“Podemos falar de migração como fenómeno, mas não é simplesmente um fenómeno. Falar de Migração é falar de pessoas! Devemos falar de pessoas migrantes. A migração é um conceito, mas os migrantes são seres humanos. Como pessoas, cada migrante tem uma história, sonhos, ânsias, desejos para a vida dos seus filhos.” Luis António Tagle, Caritas
O repto foi-nos lançado pela Professora Ana Candeias, professora de EMRC da nossa escola. Conhecemos o seu empenho, o seu envolvimento, a sua postura coerente com os ideais e convições que defende e sabemos que podemos confiar nela.
Agarrámos a ideia e juntamente com o Departamento de Ciências Sociais e Humanas projetámos uma dinâmica que envolveu todas as turmas da escola. Nas aulas de História, Geografia ou de Cidadania, os alunos vieram à biblioteca refletir e conversar sobre o fenómeno das Migrações e a sua relação com o Desenvolvimento Humano Integral. Num ambiente informal conversámos sobre alguns conceitos diretamente ligados com esta temática: refugiado, migrante, emigrante, imigrante, tráfico humano, xenofobia, racismoutilizando imagens e os guiões da exposição generosamente oferecidos pela Cáritas. Percebemos que as migrações não são algo de novo. As migrações existem a par com a história da humanidade. Descobrimos que muitos de nós somos também migrantes ou temos família migrante, que de forma direta ou indireta temos também um “ADN de migrante” (Luis António Tagle).
Construímos narrativas, contámos histórias, acordámos memórias, emocionámo-nos, mas no final saímos todos mais informados, positivos e solidárias em relação ao tema dos migrantes e refugiados.
Promover a cultura do encontro e o respeito pelos direitos humanos, foi um dos objetivos que tivemos presente na preparação destes encontros. Os alunos tiveram oportunidade de analisarem os vários painéis seguindo um guião orientador.
Para além destes encontros com as turmas em torno da exposição tivemos entre nós a Drª Eugénia Costa Quaresma, diretora da Obra Católica das Migrações da Conferência Episcopal Portuguesa e membro da Academia de Líderes Ubuntu, que se disponibilizou, de forma muito generosa, a dinamizar uma sessão sobre o tema. E que bom que foi ouvi-la. Alertou-nos para questões fundamentais dos migrantes, enquadrou a temática das Migrações num cenário europeu marcado por vezes pelo egoísmo e pela indiferença, que origina medos e vulnerabilidades. Falou-nos das guerras e dos conflitos armados que são fonte das migrações, da corrupção, da venda de armas, dos interesses económicos que por vezes são colocados em primeiro lugar. Teve tempo ainda para nos elucidar sobre o trabalho que desenvolve na Obra Católica para as Migrações. Acolher, proteger, promover, integrar pessoas, promover uma cultura do encontro entre todas as culturas são alguns dos objetivos que estruturam e norteiam a sua ação neste movimento. Preparar os que chegam para a autonomia e para a integração.
Queremos agradecer à equipa da Cáritas de Lisboa na pessoa da Drª Ana Outeiro com quem organizámos todas as questões relacionadas com o envio, montagem e recolha de todos os materiais disponibilizados e oferecidos à escola e aos alunos. Temos de salientar a forma cuidadosa como desde o primeiro contacto fomos tratados e o regular acompanhamento em todas as fases do processo.
Queremos agradecer igualmente a todo o Departamento de Ciências Sociais e Humanas a oportunidade desta colaboração e parceria, (professoras: Paula Dourado (coordenadora), Elisabete Bento, Inês Lourenço, Gertrudes Guerreiro, Ana Sousa, Celeste Machado, Mónica Penajóia, Júlia Couto, Joslaine Andrade, Luisa de Jesus e Ana Candeias.
Gostámos muito de fazer este percurso convosco!
Esta exposição conta com o apoio do Alto Comissariado para as Migrações, da Obra Católica Portuguesa de Migrações e da Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã, e poderá ser utilizada por todas as entidades que pretendam trabalhar e promover este tema junto dos mais jovens.
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